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A 8ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de São João da Boa Vista, realizada na noite desta segunda-feira, dia 7, foi marcada por uma decisão inesperada: a saída do vereador Titi (AVANTE), que deixou o cargo para assumir o posto de diretor do Departamento de Habitação da Prefeitura.
A posse no novo cargo deve acontecer ainda nesta semana.
Essa transição só foi possível graças à aprovação da Emenda à Lei Orgânica nº 1/2025, que permite que vereadores se afastem temporariamente da Câmara para assumir funções no Executivo, com a possibilidade de retorno ao Legislativo a qualquer momento.
Ao final da sessão, Titi se despediu dos colegas parlamentares. Ele, que se manteve atuante na Câmara de São João por 43 anos (entre idas e vindas), agora assume um cargo de chefia no Executivo.
O agora ex-vereador foi aplaudido de pé ao final do seu discurso, no qual disse que “a responsabilidade maior é dos (vereadores) que estão chegando”, e que viu uma mudança positiva na atuação da Câmara neste ano. Para a legislatura de 2025-2028, dois terços dos vereadores eleitos são inéditos.
Segundo servidores da Câmara, quem deve assumir a vaga de Titi é o suplente Pastor Carlos (AVANTE), que será empossado na quinta-feira (10).
Além da despedida de Titi, a Sessão também teve momentos de tensão política. Os vereadores Dayse Ciacco (PL) e Leandro Thomazini (PT) se pronunciaram sobre a polêmica envolvendo os atos de 8 de janeiro de 2023 e as propostas de anistia aos condenados.
Dayse iniciou sua fala dizendo que o tema “a faz orar todos os dias” pelo que ela chamou de “presos do 8 de janeiro”.
A vereadora utilizou a Tribuna para pedir a anistia das pessoas que invadiram a Sede dos Três Poderes no início do terceiro mandato do Presidente Lula, situação na qual foram registrados danos ao patrimônio público e reconhecida a tentativa de abolição violenta do Estado.
Dayse afirmou que a própria Constituição Federal de 1988 reconheceu a anistia da Ditadura Militar (1979) como um instrumento de pacificação nacional, e explicou que esse dispositivo é utilizado para “perdoar crimes normalmente de natureza política”, como seria o caso.
Após o término da fala, o vereador Leandro Thomazini ocupou a Tribuna. Apesar de não ter agendado sua fala com antecedência, ele afirmou que gostaria de colocar sua opinião sobre o assunto.
Leandro disse que tem muito respeito pela vereadora Dayse Ciacco, mas que discorda do seu posicionamento, afirmando que os envolvidos do 8 de janeiro “não estavam visando a pacificação”, e sim “acabar com a nossa democracia” por meio da destituição do então eleito presidente Lula.
O vereador disse que a situação se trata de algo que “não dá pra passar pano” e que aprovar a anistia abria brecha para o retorno da Ditadura Militar.
O enfrentamento se encerrou com a fala de Leandro, já que nenhum outro vereador se pronunciou quanto ao tema.
A transmissão teve duração de quase três horas, contando com os intervalos.
Todos os documentos da Ordem do Dia da 8ª Sessão Ordinária foram aprovados, exceto a Moção de Repúdio ao discurso do reitor da UNIFAE, que foi retirada da pauta. O texto tinha autoria do vereador Carioca (Republicanos).
Confira a Sessão na íntegra abaixo.
Matéria publicada em 8 de abril de 2025, às 11h44.