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Na noite desta terça-feira (27), o Clube da Velha Guarda, em Águas da Prata, foi palco de uma reunião que reuniu lideranças políticas e ambientais para discutir os impactos da mineração de “terras raras” no município e em toda a região.
O encontro trouxe à tona a preocupação crescente com a possibilidade de instalação de pelo menos quatro empresas estrangeiras interessadas na extração desses minerais pesados e radioativos, cujo processo já está em estágio avançado em Poços de Caldas e pode ter início já no próximo ano.
Além de Poços de Caldas, outras cidades como Andradas, Ibitiúra de Minas e Caldas também estão na mira das mineradoras.
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Durante o evento, o físico e presidente da Aliança em Prol da APA da Pedra Branca, Daniel Tygel, alertou sobre os possíveis impactos devastadores da atividade.
Segundo ele, o método pretendido pelas empresas para a extração de terras raras é inédito no Ocidente e altamente nocivo: gera apenas 1,5 kg do mineral para cada tonelada de resíduo contaminado, que seria descartado diretamente no solo da região.
Tygel também denunciou a forma como os processos de licenciamento ambiental vêm sendo conduzidos, que, segundo ele, estão se atropelando e sendo realizados de maneira irresponsável.
Natural de Caldas (MG), o ativista chamou atenção para o risco representado pelo aumento do tráfego de veículos pesados nas proximidades da D4, a maior barragem radioativa do Brasil, já classificada anteriormente como “em risco”.
De acordo com ele, um acidente envolvendo essa estrutura poderia ter consequências mais graves que o desastre de Chernobyl, afetando até mesmo os aquíferos da Argentina.
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Também presente à reunião, Stephanie Gustavson, integrante da Brigada do Barranco, afirmou que a associação acompanha há anos os movimentos para implantação da mineração em Águas da Prata e reforçou que ela e outros ambientalistas não aceitarão a degradação ambiental em nome do lucro desmedido.
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Durante o encerramento do evento, foram repassadas algumas orientações à população local e às autoridades para tentar impedir a chegada das mineradoras ou, no mínimo, exigir mais seriedade e estudos quanto aos impactos ambientais que a empreitada pode causar.
Em primeiro lugar, segundo os ambientalistas, é necessário mobilizar o Legislativo e o Executivo das cidades da região para exigir que as análises de danos ao solo e água sejam estendidos a todos os municípios abastecidos pelos reservatórios e rios que nascem ou passam por Poços de Caldas, Caldas, Águas da Prata, Andradas e Ibitiúra de Minas.
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A população também precisa se mobilizar para divulgar entre si informações quanto às investidas das empresas que desejam explorar a região, no caso, a Meteoric e a Viridis Mining. Já se sabe, por exemplo, que ambas não pretendem tratar os resíduos gerados pela mineração, e que contam com apoio total da Prefeitura de Poços de Caldas para iniciar as operações o quanto antes.
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Matéria publicada em 28 de maio de 2025, às 11h16.